Nos dias de hoje, com a política e a sociedade mergulhadas numa incerteza crescente, é compreensível que comecemos a questionar as lideranças que nos guiam e governam.
Muitas vezes depositamos nelas a nossa confiança e empenho na busca de um ideal comum. Contudo, é desolador quando percebemos que esses líderes não só nos desapontam, mas também nos marginalizam quando ousamos questionar as suas decisões.
É triste constatar que algumas lideranças se tornam autoritárias e intolerantes à divergência de opiniões. Aqueles que se atrevem a debater ou criticar são prontamente rotulados como dissidentes e alvo de represálias. É como se a voz da discordância fosse abafada pela mão daquele que deveria ser o líder agregador.
É ainda mais preocupante quando observamos que esses líderes se cercam de indivíduos subservientes e incompetentes, cuja única função é concordar cegamente, mesmo quando o caminho escolhido está errado. Esta é uma tática perigosa, pois limita o debate saudável e a tomada de decisões ponderadas, conduzindo a resultados prejudiciais para todos.
A verdadeira liderança não se baseia na imposição do poder, mas sim na capacidade de inspirar, ouvir, unir e representar aqueles que servem. Líderes autênticos acolhem o debate construtivo e valorizam as opiniões divergentes, reconhecendo que é através da diversidade de pensamento que se alcança a verdadeira excelência.
É hora de reconsiderarmos o tipo de liderança que desejamos. Devemos exigir transparência, responsabilidade e respeito pelas vozes daqueles que depositaram a sua confiança nesses líderes para moldar o seu futuro.
Por conseguinte, é urgente que nos ergamos contra lideranças que não nos representam, que nos marginalizam e que procuram perpetuar o seu poder à custa da liberdade e dignidade daqueles que se dedicam ao bem comum. Somente assim poderemos construir um futuro onde todos tenham voz e sejam verdadeiramente ouvidos.
É tempo de exigir lideranças que nos inspirem, que nos unam e que nos representem com integridade e respeito. Este é o desafio que enfrentamos, e é um desafio que não podemos mais adiar.
Por Portugal.
Pelos portugueses.
Jorge Miguel Neves